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IV Colóquio de Saúde da População Negra é promovido pela Bahiana

Encontro teve foco na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

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Debater as principais implicações do racismo na saúde dos cidadãos – esse foi o propósito do IV Colóquio de Saúde da População Negra, realizado no dia 09 de novembro, no Campus Cabula, pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Raça e Saúde (NEGRAS), em parceria com a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. O evento contou com palestras de professoras de diversas partes do país e de membros de instituições governamentais.

A coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas, Luiza Ribeiro, participou da mesa de abertura e comentou acerca da relevância da promoção de mais uma edição desse encontro. “A importância da quarta edição do colóquio está em dar continuidade a uma discussão sobre saúde pública, coletiva e inclusiva. Estamos expondo os nossos alunos a esse tipo de reflexão que tem relação com a futura atuação deles, tanto política quanto profissional, no sentido de que, quando você cuida da saúde, você está cuidando do país”, afirma.

A professora Karine de Souza Santana, coordenadora do evento, contou como ocorreu o processo de estruturação do colóquio: “A organização de um evento como esse é extremamente desafiadora, pois todas as instâncias envolvidas precisam, de fato, entender a importância do tema. A Bahiana tem sido muito parceira e permitido o crescimento e o desenvolvimento dessa atividade. A relevância desse evento é gerar um espaço de diálogo para a gente refletir sobre as nossas práticas enquanto cidadãos, professores e estudantes”.

A mesa-redonda do colóquio abordou questões, como gênero, a atuação do profissional de saúde e o controle social a partir da perspectiva da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). A professora de Enfermagem da UFBA, Dra. Climene Laura de Camargo discursou acerca dos “Impactos do cenário político atual na implementação da PNSIPN”, onde mostrou como as políticas voltadas para os negros e as leis contra o racismo atuam na sociedade.

Os convidados da mesa, a professora Fernanda Souza de Bairros, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a professora Cristiane dos Santos Silva, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e o conselheiro estadual de saúde, Marcos Antônio Almeida Sampaio, palestraram sobre suas experiências acadêmicas e profissionais e sobre como o racismo afeta e dificulta o atendimento da pessoa negra no Sistema Único de Saúde (SUS), seja em gestantes, que muitas vezes são discriminadas, ou diversos tipos de pacientes que sofrem com preconceito na rede pública de saúde.

Indira Ramos, Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde (UFBA) e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Raça e Saúde (NEGRAS), declarou o quanto a promoção do colóquio é significativa para o âmbito social. “Para nós, é muito simbólico trazer esse debate para uma universidade particular, ainda que ele se faça necessário em qualquer espaço. Esse é um evento aberto para o público, e a ideia é que a gente consiga, a cada ano, agregar mais pessoas para que possamos avançar nesse debate e fazer com que isso esteja na pauta de formação do profissional de saúde”, declara.

Durante o IV Colóquio de Saúde da População Negra, os estudantes de Medicina apresentaram seus trabalhos acadêmicos através de painéis. O aluno do primeiro semestre Ícaro Antônio Barreto, que expôs o trabalho “Saúde do homem negro em foco”, contou sobre a sua satisfação em participar do evento. “É muito gratificante estar apresentando esse trabalho. A disciplina Saúde Coletiva, que foi a base da minha pesquisa, é uma matéria que gosto bastante, e abordar o tema sobre a população negra, me fez perceber uma oportunidade de concretizar o motivo pelo qual eu decidi estudar Medicina: ajudar a população que mais necessita, que está submetida a determinantes sociais mais desfavoráveis”, finaliza.

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