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Bahiana é homenageada em Sessão Especial na Câmara Municipal de Salvador

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública completa 60 anos de fundação.

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Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.


O trecho do poema “Os Estatutos do Homem”, de Thiago de Mello, embalou, não somente o discurso da diretora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Prof.ª Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, como definiu o espírito de toda a Sessão Especial realizada na noite da última quinta-feira, 31 de maio, na Câmara Municipal de Salvador, em homenagem aos 60 anos de fundação dessa instituição de ensino em saúde.

Presidida pelo vereador Dr. Sandoval Guimarães, ex-aluno da Escola e autor da solicitação para sua realização, a solenidade contou com a presença do ex-diretor da Bahiana e atual presidente da Fundação José Silveira, Dr. Geraldo Leite, da ex-aluna e atual diretora da Faculdade de Medicina da UFBA, Lorene Louise Silva Pinto, do representante do Conselho Federal de Medicina/Bahia e ex-professor da Bahiana, Jecé Freitas Brandão, do ex-aluno e vereador, Jorge Jambeiro, do vice-presidente da Associação Bahiana de Medicina, Robson Freitas de Moura, do presidente do CREMEB e ex-aluno, Dr. Abelardo de Menezes, do secretário estadual de Saúde, Jorge Solla e do cardiologista Maurício Nunes, na ocasião representando os alunos e ex-alunos da Bahiana. Todos compuseram a mesa e se pronunciaram quanto ao significado da Escola para a sociedade.

Em seu discurso, Dr. Sandoval Guimarães apresentou o histórico da instituição homenageada e destacou sua relevante contribuição para a educação na área de saúde para o estado da Bahia. “A data de hoje lembra a honra e a glória da medicina. A Bahiana é esta instituição renomada que guarda seus valores desde o princípio, desde sua gênese”, declarou o vereador que também destacou o fato de a Bahiana já ter formado mais de 10 mil médicos e profissionais de saúde das áreas de Biomedicina, Odontologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Enfermagem e Psicologia.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Assim, os dizeres do poeta Thiago de Mello foram intercalando a história da Bahiana, sensivelmente narrada pela sua atual diretora, Dra. Maria Luisa que, além de citar cuidadosamente os nomes de cada um dos integrantes do grupo fundador da Escola, não deixou de destacar personagens ilustres como a primeira secretária acadêmica, Lourdes Hummel e o funcionário mais antigo da casa, Manoel Mauricio Santos Hora, que trabalha na Bahiana desde 1955 e é carinhosamente chamado ‘Pai Véio’.

Artigo III 
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.


Outra boa história também foi contada pelo ex-diretor Prof. Dr. Geraldo Leite que, em riqueza de detalhes, descreveu a solenidade de formatura da primeira turma de Medicina da Bahiana. Dr. Geraldo lembrou onde cada guirlanda de flores, cada detalhe da ornamentação foram colocados, cuidadosamente, pelas mãos dos funcionários liderados por Lourdes Hummel.

Entre os diferenciais da Bahiana destacados por Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, as atuações dos Ambulatórios Docentes-Assistenciais do Cabula e de Brotas, com milhares de atendimentos ambulatoriais por ano; o programa Candeal, iniciado no Distrito Sanitário de Brotas e que hoje também atende ao Distrito Cabula - Beiru, em parceria com as Unidades de Saúde da Família e associações, escolas, igrejas e outras instituições dos bairros. A diretora ressaltou também os 40 anos dos cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, profissões que têm 43 anos de regulamentação.

“Hoje, somos uma Escola vocacionada para a educação em saúde e pretendemos chegar a Universidade, também vocacionada para a saúde”, declarou a diretora sobre os próximos anos da Bahiana. E complementou: “Podemos afirmar, sem medo de errar ou ser leviano, que ensino, pesquisa e extensão, o famoso tripé sobre os quais deve se assentar uma boa escola, estão cada vez mais sólidos na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública”.

Também estiveram presentes o conselheiro da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências, Dr. Álvaro Conde Lemos Filho e o diretor-executivo do Conselho, Prof. Jacques Saidi Salah, o vice-diretor da Bahiana, Prof. Dr. Ênio Ribeiro Maynard Barreto, os coordenadores do curso de Medicina, Marta Menezes, de Terapia Ocupacional, Ana Joaquina Mariani Passos, de Fisioterapia, Roseny Ferreira, de Odontologia, Urbino Tunes, de Psicologia, Mônica Daltro, de Biomedicina, Geraldo Argolo e de Enfermagem, Maria de Lourdes Freitas Gomes, além de alunos, colaboradores e representantes de unidades e entidades estaduais e municipais de saúde.

E, para finalizar a solenidade, Thiago de Mello embalou, mais uma vez, os presentes, na voz da Dra. Maria Luisa:

Artigo IV  
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu. 

Parágrafo único:  
        O homem confiará no homem
        como um menino confia em outro menino.


Artigo V 
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI 
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII 
Por decreto irrevogável fica estabelecido 
o reinado permanente da justiça e da claridade, 
e a alegria será uma bandeira generosa 
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII  
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX  
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.  
Mas que sobretudo tenha 
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X 
Fica permitido a qualquer  pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI  
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama 
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

 

CLIQUE AQUI para ler na íntegra o discurso proferido pela Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, diretora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.