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VI Fórum Pedagógico da Bahiana propõe encontro de gerações

Oficinas e palestra discutem as diferenças entre gerações e possibilidades de encontro entre elas.

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Nos dias 22 e 23 de outubro, o corpo docente da Bahiana esteve reunido na Unidade Acadêmica Cabula para tratar das diferenças, conflitos, encontros e desencontros entre a sua geração e as gerações de estudantes e futuros alunos. Foi durante o VI Fórum Pedagógico da Bahiana que teve como tema Isto não é uma aula de matemática: como transformar (gBb +  gX)  ÷ (gY + gZ) em  gBb + gX + gY + gZ.  

Segundo a Dr.ª Maria Luisa Carvalho Soliani, diretora da Bahiana, o trabalho do Fórum auxilia o professor a se adaptar às mudanças exigidas pelo convívio com as diferentes gerações. “Sabemos que há outras maneiras da escola funcionar levando em conta essas adaptações. Mas tem que ter o movimento do professor. Ele tem que promover a mudança na escola com o que ele tem de melhor, com o que os estudantes têm de melhor.”

A programação, que contou com a palestra especial “Convivendo com diferentes gerações”, ministrada pela convidada especialista no assunto, Eline Kullock, foi finalizada a noite, com o Baile das Gerações, realizado no sábado (23/10), nos Jardins da Coordenadoria. O traje do baile era relacionado com o tema, onde o convidado deveria estar vestido com o estilo jovial da sua época, da geração de cada um, eis o porque de tantos hippies. Além de muita alegria e descontração, ainda rolou a premiação da equipe da professora Léa Maria Ferreira, que recebeu o troféu Borboleguim de Ouro pela atuação na dinâmica que aconteceu no final da manhã de sábado.

Durante a sexta-feira (22/10), a programação contou com uma série de oficinas. A ideia foi trabalhar novas metodologias pedagógicas tanto no que tange o trabalho em sala de aula, como avaliações mais eficazes. Uma das oficinas foi ministrada pela pedagoga vice-diretora do Colégio Cândido Portinari, especialista em Gestão Acadêmica e em Problemas de Aprendizagem, Selma Brito. Com o tema “Mapas conceituais como estratégia pedagógica”, ela desenvolveu com os professores da Bahiana uma técnica ligada à teoria da aprendizagem significativa. Segundo a pedagoga, a metodologia tem o objetivo de levar o professor a entender melhor o aluno em sua individualidade. “Essa técnica propõe uma melhor compreensão do professor sobre o processo de aprendizagem de cada indivíduo e de que este indivíduo aprende de forma diferente, pois seu aprendizado se baseia em vivências pessoais. O Mapa Conceitual é uma técnica que torna possível uma individualização no processo de aprendizagem”.

Já o psicólogo e psicanalista Cláudio Carvalho, ao lado da Prof.ª Margarida Serrão, também psicóloga e psicanalista, trabalhou o tema “Mutação Cultural e o lugar do professor na contemporaneidade”.  Ele conta que tem recebido, cada vez com mais frequência, convites para realizar formação continuada para professores “e isto é importante porque estamos no momento de mudanças culturais aceleradas e o professor fica muito deslocado”, explica Cláudio destacando que as gerações sempre se confrontaram. “Sempre foi desta forma. O conflito hoje não passa mais pelo enfrentamento da autoridade, mas pelo não reconhecimento dela. Isso faz parte da própria cultura moderna”.

Para o professor de Triagem e Urgência do curso de Odontologia e integrante do Programa de Monitoria Interdisciplinar Corações da Bahiana, Leonardo Costa, que participou da oficina de Prof. Cláudio, o momento foi importante porque “pudemos ouvir a opinião de outros professores com relação à educação – tarefa árdua essa. Também foi importante conhecer professores de outros cursos e ver que não somos somente nós que passamos por alguns problemas, mas outros também e com isso aprender com a experiência deles”.

A troca de experiências também foi colocada em prática na oficina “Muito Prazer, eu sou ABP!”. Ministrada pelos professores Jorge Clarêncio S. Andrade, Marcos Ribeiro, Carina Oliveira e Cláudia de Carvalho Santana. A oficina teve como principal objetivo capacitar professores para o planejamento e elaboração de casos em Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Segundo a Prof.ª Cláudia, a oficina teve como base alguns princípios já conhecidos, “mas chamamos a atenção dos professores para o fato que a metodologia é importante, mas que ela vai funcionar a depender do seu envolvimento com o caso criado. Isso vai fazer com que o aluno se envolva”.

Durante todo o dia, ainda aconteceram as oficinas Grupo: lugar da diferença; Ambiente virtual: uma ferramenta a favor do ensino e da aprendizagem; Construção de avaliação de aprendizagem, utilizando recursos tecnológicos; Autoavaliação numa perspectiva integral; A utilização do seminário como metodologia ativa de ensino e aprendizagem; Técnicas de ensino, vivências de sucesso e dificuldades; Eu avalio, tu avalias, nós avaliamos, eles avaliam...

A manhã de sábado contou com mais algumas surpresas, a exemplo da performance “Nossos japoneses podem ser mais criativos que os outros?”. Com a participação da coordenadora do curso de Fisioterapia, Roseny Ferreira e do supervisor pedagógico (Nazaré) José Narciso Paiva, a dramatização apresentou as diferenças entre as gerações e como elas podem se ‘encontrar’. Esta serviu de abertura para o momento máximo do Fórum, a palestra “Convivendo com diferentes gerações”, que foi ministrada por Eline Kullock, administradora, especialista em Recursos Humanos e presidente do Grupo Foco.

Traçando um panorama histórico, a palestrante auxiliou os participantes a compreender melhor cada geração, desde os veteranos – nascidos entre 1922 e 1943, chegando até a geração Y – jovens nascidos entre 1980 e 2000 e já abrindo espaço para a geração Z. Segundo Eline, o melhor caminho para que o confronto de gerações se transforme em encontro é o diálogo. Segundo ela, as gerações X (nascidos entre 1960 e 1980) e Y (nascidos após 1980) devem “conversar muito e não se prender a manual. A geração X é a geração do manual. O encontro se dá na tentativa e erro e esta é a forma da geração Y aprender, através da tentativa e erro.”

Para o professor de Biomedicina, Diego Menezes, de 24 anos e, portanto, geração Y, o educador hoje deve desenvolver mais de um papel, “em sala, temos que ser, em alguns momentos, geração X e geração Y para que haja uma melhor comunicação. Mas acho que a família é muito importante, pois os valores devem permear as gerações”.

Compreender também é a solução apontada pela Prof.ª Dr.ª Maria Luísa Carvalho Soliani. “O professor não deve reforçar essas diferenças, mas conviver e aprender com estas novas gerações, sem, é claro, abrir mão de determinados valores. Podemos transformar o confronto em encontro através da compreensão”.
 
Em resumo, é fato que o VI Fórum Pedagógico da Bahiana foi um sucesso e que todos os professores participantes saíram do evento satisfeitos e munidos de muita informação e aprendizado para levarem consigo e aplicarem em seus novos desafios, que já estão ocorrendo, e em outros que estão por vir.

 

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